Foto Rovena Rosa/Agência Brasil
As clínicas privadas de imunização do país devem atuar como aliadas do Ministério da Saúde na recuperação das coberturas vacinais. De acordo com Eder Gatti, secretário do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), o governo não pode fechar os olhos às doses que são aplicadas na rede privada de vacinação.
“Quando o Ministério [da Saúde] faz o cálculo de cobertura vacinal de meningite meningocócica C [ofertada no SUS], não pode ignorar todas as crianças que são vacinadas na rede privada com a vacina meningocócica ACWY [que inclui os sorotipos A, W e Y, não disponíveis na rede pública]. Em outras palavras, para o Ministério da Saúde interessa saber qual a proporção da população protegida e da população suscetível porque essa é uma das vigilâncias que fazemos”, disse Gatti.
A fala ocorreu na manhã da última quinta-feira (8), no 6° Congresso Nacional de Clínicas de Vacinas, em São Paulo.
As clínicas privadas de vacinação inseriam, até 2015, os dados de doses aplicadas em um sistema chamado SI-PNI Rotina, enquanto os dados de aplicação na rede pública eram inseridos no SI-PNI. Nos últimos anos, porém, a pasta da saúde tentou migrar os sistemas de inserção de dados de doses aplicadas, processo que foi acelerado durante a pandemia da Covid.
Agora, todos os dados de vacinação do PNI constam do sistema RNDS (Rede Nacional de Dados em Saúde). A ideia é que as clínicas privadas também tenham os dados migrados, através do SI-PNI e que, aos poucos, essa integração também seja feita com a RNDS.
De acordo com o secretário, o setor privado precisa aderir ao sistema de informação unificado, mas ele reconhece que há desafios, como a falta de padronização das informações e os sistemas que não eram integrados no passado.
“Existe sim um problema desde 2015 de queda da cobertura vacinal no país, mas esse problema é multifatorial, e um dos fatores é o erro de dado. Esse é um dos pontos que estamos tentando melhorar agora no DPNI”, disse.
“No futuro, o indivíduo vai poder ter na sua carteira digital [ConecteSUS] dados de vacina que ele tomou no posto de saúde, na clínica privada, qual dose está em atraso. Esse vai ser um dado importante não só para fomentar as políticas públicas e estratégias de campanha, mas também para o próprio cidadão ou consumidor da ponta”, afirmou.
(B. Notícias)
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